terça-feira, 14 de janeiro de 2014

A verdade é que esse texto está pronto há um tempinho, mas agora é a hora de compartilhá-lo.

Nos últimos dias de 2013 eu entrei em uma crise existencial. Chorei sozinha e quieta no meu canto e quando encarei aquele par de olhos vermelhos no espelho, simplesmente não reconheci quem estava ali. Senti tanto ódio de mim por tamanho descuido que quase quebrei aquele reflexo em mil pedaços. E senti ódio daqueles que foram arrancando o meu próprio ''eu'' e deixando-me oca, porém cheia de culpas.

Quem eu realmente sou? O que eu realmente quero para mim e para a minha vida? Eu sou esse monte de cicatrizes fechadas, mas que na profundeza, o sangue e a mágoa pulsam a cada segundo e não sou capaz de mudar completamente essa situação?

Sabe, eu cansei de ser apontada como a ovelha negra. Como aquela que DEVERIA ser, mas não é perfeita. Eu cansei de sempre fazer o que eles querem que eu faça. Cansei de sentir-me inútil no mundo que eles criaram para mim. Então, libertei-me dos julgamentos e agora trilho por um caminho somente meu.

Contudo, não tinha percebido que partes de mim ainda estavam acorrentadas. E no instante que não reconheci a mim mesma, soube que algo estava errado. E a peça que estava faltando encaixou-se. Eu finalmente compreendi.

E agora eu vejo que há uma luz, um sentido nestes anos em trevas. Coloquei a pessoa que realmente quero ser no fim deste caminho e esta nova imagem de mim ilumina tudo ao meu redor. Não sou apenas uma reação-uma consequência do sistema, alguém que está à mercê do mundo-, mas posso ser uma digna ação. Sou capaz perdoar também aqueles que me machucaram e aqueles que deram-me apenas desprezo, e que eu consegui transformar em coragem para seguir meu caminho. 

Sorri genuinamente ao mundo e em um sussurro ele disse que o maior presente que eu tenho é a capacidade de metamorfosear-me e tentar sempre. É apenas nunca desistir dos objetivos. E além do mais, porque ceder à inércia sendo que é muito melhor evitar arrependimentos futuros?




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