terça-feira, 17 de julho de 2018



Esses últimos dias tem sido corridos. Ando numa busca inatingível por algo que nem eu mesma sei o que é. Simplesmente acordo e coloco meu cérebro em um frenesi de pensamentos, ocupando cada linha de raciocínio que percorre por ele.

Ocupo cada instante do meu dia com uma tarefa que vai me manter ocupada e que ocupará meu tempo. Sigo trabalhando, tentando suprimir a repentina onda de vozes que gritam dentro de mim. Nina diz que eu vou ficar bem. Charlotte me fala pra sair. Elisa opina que eu talvez necessite de férias. Sayuri apenas sorri misteriosamente e Lena sugere que eu desista de tudo.

Há tanto dentro de mim e às vezes eu deito a minha cabeça no travesseiro no fim do dia e me sinto tão vazia. Sinto-me sob humana, meio que uma máquina, cumprindo deveres em vão. Queria eu que meus pensamentos pudessem ser desligados.

Minhas feridas doem tanto que eu descobri esses dias que não consigo lidar de um jeito tranquilo sobre isso. Eu sempre preciso seguir o caminho mais árduo, o mais doloroso.

No momento divido a vontade de gritar por ajuda ao mesmo tempo em que me afogo em mágoas e a vontade de cortar os pulsos.

Eu venho pensando bastante nisso ultimamente. Talvez não seja má ideia. Eu estou tão cansada de magoar os outros e de ser magoada. Eu não sei porque eu insisto em tentar juntar os pedaços do que um dia foi um coração, sendo que eu sei que nem tenha mais conserto.

Creio que seguirei na companhia da escuridão e melancolia. Ninguém me verá chorando. Na verdade, ninguém me verá, e é isso que eu quero. Desaparecer por completo.

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Final Feliz





Seis de Julho de 2018. É uma linda tarde de sábado e eu estou deitada em minha cama, com as janelas e porta fechadas, tentando impedir qualquer som ou mero sinal de vida chegue a mim. Eu ouço o silêncio dentro de mim e tudo que ele me diz é para encontrar um meio de parar o tempo e a triste melodia que escorre pelos meus olhos.


A vontade de arrancar meu coração do peito aumenta como a fome. Certas atividades simples são transformadas em tortura, ou porque eu não consigo evitar que sejam, ou porque há algo em mim que quer que aquilo seja uma punição, ao ponto de eu querer ir pra cozinha e cortar os pulsos pois chega uma hora que nem eu mesma aguento mais todos esses pensamentos girando sobre mim.


Mas até para levantar eu sou uma fracassada e não consigo. Então eu simplesmente me afundo um pouco mais em meu leito e dou uma breve olhada pelo reflexo da tela do celular. Onde habitava um par de olhos com uma diversidade de sentimentos, agora habita só um grito de desespero e com a seguinte mensagem: Por favor, faça isso parar. Faça. Isso. Parar. POR FAVOR.


Em um momento de fraqueza todos os demônios escaparam de suas jaulas e se apossaram do poder. Por um momento eu me perdi e cai na tentação de mergulhar nas trevas novamente e agora eu não sei mais achar o caminho para a superfície e eu tenho medo de permanecer na escuridão como da outra vez, ao mesmo tempo em que tento achar algo que me impulsione a dar o último passo.


Dúvidas. Indecisões. Perguntas ecoam pela minha cabeça, sem nunca se calarem ou darem sequer uma resposta.


Será que aqui é melhor do que meu antigo lar, será que com a falta de luz eu consigo lidar melhor com essas feridas, já que não conseguirei enxergá-las? Será que tornarei amiga intima da tristeza novamente? Será que serei boa o bastante para sair ilesa e encontrar o caminho de casa ou melhor perder-me de vez? Será que esse será meu final feliz? Será?