quarta-feira, 4 de outubro de 2017


Agora que eu fui expulsa

do teu mundo todo errado

eu decidi abrir minhas asas

e alçar meus próprios voos

talvez um pouco mais altos

do que você jamais imaginou

Pois se eu consegui me multiplicar

em quatro, por que não

oito, doze, dezesseis, vinte dois

Ou, quem sabe,

dezenas, milhares de

cheiros, vozes, sabores

Porque você sabe que eu posso

ser doce, azeda e amarga

mas nunca quis misturar

e provar-me única

Agora só não me peça mais nada

eu ando um pouco ocupada

experimentando a liberdade de

não depender dos teus vícios

para sorrir, pois eu já estou

me divertindo o bastante

assistindo o seu espanto

Agora que eu abri minhas asas

eu não quero mais parar de voar.



sexta-feira, 22 de setembro de 2017


Minha vontade é sumir, desaparecer do mapa, dos olhares e até da própria curiosidade. E é isso que irei fazer. Vou deixar que me esqueçam completamente. Vou deixar que o tempo me leve, que a vida me separe do que chamamos de passado.

Hoje eu junto os pedaços partidos do meu coração e os enterro por aí, faço um jardim para poder sorrir na próxima primavera. Hoje eu declaro minha derrota, ergo minha bandeira branca e preencho meu âmago com esperança de dias melhores, pois afinal, só isso que me resta.


                                                 





Às vezes dizer adeus é a coisa mais difícil e corajosa a se fazer, mas se faz necessário. Às vezes nossas trilhas são tão estreitas que só nos cabem sozinhos, sem mais ninguém. 

Conformar-se é diferente de lidar com a dor. Eu jamais irei entender que os fins justificam os meios. A vida ainda vai falar "se vira" e bater a porta na minha cara muitas vezes. Eu não tenho mais medo. Essa não é a primeira e nem será a última vez que mais uma lição terá que ser aprendida. E ela no momento me pergunta se eu acho que o copo está meio cheio e vazio.

Na verdade, nem sei, acredito que não há nenhum copo e nem mesmo eu estou aqui, esqueceu?

domingo, 10 de setembro de 2017

Constatações


Sento à beira de uma mesa de bar com Charlotte enquanto constato várias coisas. Usarei singelas metáforas e analogias com certas doses de ironia, pois minha alma de poeta pede, nada mais além disso.

Primeiro, eu vejo minha vida nos últimos meses como uma gaiola da qual eu estava presa.






Ele cortou impiedosamente minhas asas quando não ouvia minhas sugestões ou ao menos coisas que eu dizia rotineiramente. Ele calou meu canto enquanto ria de meus problemas e angústias. E me alimentava com suas próprias insatisfações ao mesmo tempo que me tirava as esperanças de que um dia essas situações iriam melhorar e tudo voltaria a ser como antes.

O dia em que fui jogada à força para fora das grades, confesso que a queda foi dolorosa, mas eu passei a criar meus próprios meios de sobrevivência e agora eu sei que ninguém irá fazer a mesma coisa comigo uma segunda vez (Lembra daquela história de "o que não te mata, te fortalece" ? Pois é, bem isso).

E se você quer mesmo saber? Eu tava cansada dos jogos, do eterno mau humor, amargores, problemas, irresponsabilidades e da incapacidade de se tornar uma pessoa melhor e pior ainda, também me impedindo de melhorar.

Eu não sei, mas não acredito que é do feitio de algumas pessoas transcender milagrosamente depois de uma sequência de erros, então irei sentar no sofá e pegar minha pipoca enquanto assisto as quedas, pois tem gente que está preso em sua própria gaiola de negatividade e simplesmente não sabe como sair dela.

Ah, e também ouvi dizer que não há necessidade ou qualquer desejo de ser livre, pois há quem só queira plateia para acompanhar seu próprio espetáculo, pois é isso que sabem fazer, criar super acontecimentos e fazer da própria vida um grande circo, do qual você é o palhaço.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

14 de Maio de 2017



Ontem foi o melhor dia da minha vida.

Quando saiu o anúncio do festival e as bandas que tocariam e que o Linkin Park estaria estre elas eu fiquei animada. Será que eu iria conseguir vê-los ao vivo?
Não foi fácil. Ingresso caro, despesas com viagem, alimentação e etc. Porém estaria tão perto do meu aniversário cairia em um sábado e eu teria quem me acompanhasse o dia inteiro, então decidi ir. E FOI A MELHOR COISA QUE FIZ.

Eu quase desisti, diversas vezes pensei em tentar vender meu ingresso e me conformar a não poder assistir ao show. Mas eu fui. Por mim. Pelo meu sonho. Pela minha espera de anos e pela oportunidade única que eu tinha em minhas mãos. E valeu cada centavo investido e cada minuto. 




Não é fácil ir em um festival para apenas assistir o último show. Mas quando você se junta a outras pessoas que são fãs como você e segundos antes da sua banda entrar você esquece de absolutamente tudo. Das pernas, costas e pés que doem absurdamente. Das pessoas lá fora. Você esquece de quem você é e quem fora. Não importa mais nada. Só existe Você e o palco ali e mais nada.

E quando a música começa e eles entram...não há explicação que descreva o sentimento, só lágrimas escorrem pelo rosto e o pensamento de "EU NÃO ACREDITO QUE TO AQUI AGORA!".
Confesso que cada vez que olhava e via eles eu não acreditava no que tava acontecendo. Demorou muito para a ficha cair e perceber que eles são de verdade, que não é um sonho e que estar ali é um momento ÚNICO. 


Eu já tinha o pressentimento que o show seria um marco em minha vida. Eu tinha certeza que naquele lugar eu me daria conta de algumas coisas e começaria um novo capítulo da minha vida.
A setlist ajudou muito. Quase todas as músicas que eles tocaram tem um significado enorme para mim. In the end, Numb, What I've done, Breaking the Habit, Crwling, Heavy. Enfim, parece que eles sabiam do meu momento e que eu precisava de todas essas músicas como respostas para meu coração. Sabe aquele sentimento de que as coisas acontecem na hora certa? Pois é, foi isso que eu senti durante aquela hora e meia. Não doía mais pernas, costas e pés. Eu me sentia viva pela primeira vez em muito tempo e estava me sentindo completamente presente em algum lugar. Cada música, cada verso ia direto para a minha alma, me trazendo paz e desacorrentando de meus medos e dúvidas. Eu achei um pedaço de mim ali e achei um propósito que me neguei muitas vezes. A felicidade.

Estar e ser feliz não depende muito de outras pessoas. Depende só da gente. E eu decidi que minha felicidade está nas pequenas coisas, nos objetivos que ficaram no papel e em tantas outras coisas que não realizei. A felicidade é um longo caminho a ser percorrido e eu decidi segui-lo daqui para frente. A vida é muito curta para se limitar, para adiar sonhos.

Não foi apenas um show. Foi o momento em que eu enterrei minhas tristezas e nasceu uma nova pessoa dentro de mim. Foi a certeza que a música tem um significado muito maior e que a arte perdura para sempre.

Eu sempre achei meio estranho as pessoas falando o que vou dizer agora, mas eu finalmente entendi o real significado dessa palavra e sentimento. GRATIDÃO.

Obrigada, LP, por fazer parte da minha história e mudar parte dela. Gratidão.