sábado, 9 de fevereiro de 2013

O jantar




Consegui me vestir sem muito drama. Misturei o conforto com algo quentinho, já que o clima não me dava muitas opções. Não precisei ficar esperando quando ele logo apareceu e me conduziu até seu carro.
Perguntei-o onde estaríamos indo, mas ele recusou-se a dizer, então apenas aproveitei a paisagem. As árvores sabiam como ficar assustadoras quando não havia luz alguma. Ainda bem que ainda não era inverno, senão não iria sair na rua sozinha à noite nem morta.
De repente ele parou o carro e disse que tínhamos chegado. Estávamos na frente de um chalé de madeira, as cortinas estavam abertas e pude ver que dentro havia uma lareira acesa. Atravessamos o portãozinho e o jardim e antes de abrir a porta ele me disse que essa era outra casa dele, que era mais usada como escritório. Eu assenti com a cabeça e entramos.
Era tudo muito aconchegante. Havia uma mesinha na sala, com duas almofadas servindo de assento e só faltava os pratos serem servidos. O cheiro estava ótimo. Fui timidamente para a cozinha e elogiei, eu nunca seria capaz de cozinhar tão bem quanto ele.
Voltei para a sala e comecei a espiar as prateleiras. De fato, só havia livros e códigos sobre advocacia. Os discos me atraiam mais. Beatles, Rolling Stones e musica erudita. Levei um susto quando ele sussurrou no meu ouvido que o jantar estava pronto.
Comemos e entre uma ou outra taça de vinho ele foi me embalando em uma conversa animada sobre situações inusitadas e coisas engraçadas que ele passara na faculdade. Me diga o verdadeiro propósito de você ter vindo pra cá, ele me disse. Encolhi os ombros e expliquei que precisava realmente de um descanso e que me lembrara que ele ainda morava ali,então resolvi passar alguns dias naquela pequena cidade.
Você veio em um boa hora, ele fechou sua mão na minha e me ofereceu outra taça de vinho.

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