sábado, 22 de junho de 2013

Olhávamos para o céu enquanto uma música qualquer tocava no rádio. As janelas estavam abertas e deixavam que o vento entrasse à vontade e bagunçasse nossos cabelos.

Estava tudo fora de ordem, mas ele observava com interesse peculiar. Abria meus livros, encarava as minhas telas e desenhos que eu deixava pregados nas paredes. Os instrumentos em um canto, os papéis jogados e as garrafas vazias. Por fim, aproximou-me bem perto de seu rosto e com uma risadinha disse que meu gosto tinha melhorado. Eu ri. Devia me sentir lisonjeada?

Não sei. Tudo que eu sentia naquele momento era liberdade. Eu estava feliz por tê-lo ao meu lado. Por sentir seu cheiro de cigarro e menta misturados. Por suas mãos continuarem leves, carinhosas e me seguravam de modo que nossos olhos pudessem estar em constante observação. Não falávamos muito. Não havia muito o que falar. Nosso tipo de comunicação era diferente. As palavras viam por meio dos olhares, sorrisos e abraços.

Jantamos pizza. E depois ficamos deitados olhando para a Lua, ele fumando e eu perdida em um monte de pensamentos.

Porque as coisas aconteciam de forma tão inesperada? Eu poderia jurar que nem em um milhão de anos poderia me sentir daquela forma. Calma, feliz. Nada importa no mundo a não ser aquele momento. Algo mágico, onde parecíamos compartilhar das mesmas sensações. Eu não me reconheceria a uma semana atrás. Estava totalmente perdida e sentia tanta culpa por não sentir culpa nenhuma.

Vem,meu amor,me beija e amanhã você me acorda.

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