segunda-feira, 19 de maio de 2014

Papel e Caneta

Perguntaram-me a razão de eu gostar tanto de escrever. Refleti nela por alguns instantes e cá estou eu experimentando todos os sabores da resposta e tentando codificar da maneira mais fácil.

Acho que sempre carreguei dentro de mim a alma de um poeta. Daqueles boêmios, dramáticos, que gostam de hipérboles e demonstrações de paixão. Quem chorou por um amor perdido, endureceu a alma, porém que continua apaixonado pela vida e pelos doces momentos de ver a pessoa amada. Não minto, eu devia ter nascido há pelo menos dois séculos atrás, pois continuo amando à moda antiga e porque a faísca de ideia em encontrar certos escritores e poetas fascina-me por completo.

Gosto de esconder certos pensamentos atrás de cortinas de palavras e assistir a satisfação do meu leitor quando as descobre. Gosto de deixar a raiva, mágoa e felicidade escorrerem nas veias do papel, enquanto a caneta o percorre sem descanso.

Ás vezes tenho ataques de fúria, pois as palavras não me entendem, não me satisfazem. Frustei-me muitas vezes quando tive de seguir normas gramaticais e tipos de textos específicos. Abomino as regras, os meus esforços em fazer versos alexandrinos e rimas perfeitas. Sou assim, livre, espontânea, contra o photoshop das minhas palavras e opiniões.

Acabo por concluir que sou a própria vontade de escrever. Escrevo pois me faz bem, me faz sentir viva e com um propósito na vida. Eu eternizo as palavras, momentos, pessoas e sentimentos.

E claro, eu eternizo a mim mesma.


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