sábado, 9 de março de 2019

Tem dias que eu acordo assim mesmo, meio sei lá. Tem dias que nem eu me entendo e tudo que eu gostaria é me afogar em lágrimas ao mesmo tempo que eu curo essa vontade com uma atividade que me desconecte do mundo.

A minha cura é como um oásis no deserto. O meu consolo às vezes não é o bastante e cresce a tentação de procurar respostas nos fundos das garrafas da cozinha. AS lâminas das facas brilham como diamantes e a vontade de sangrar é eminente, apenas como prova de que estou viva.

Eu sei que não é o fim do mundo. Embora sem armadura, eu sei que cada corte é um aprendizado. Porém, confesso que hoje é especialmente difícil ignorar a dor. Hoje está sendo trabalhoso segurar as lágrimas.

Isso me lembra do tempo em que eu tinha que me pôr no colo e me dar consolo, pois eu sabia que não teria de ninguém. Eu sempre me achei louca, eu sempre me subestimei, me achei pouco, desajeitada demais, pouco demais. Eu sempre apoiei em mim mesma nos tempos de crise pois eu sabia que não poderia confiar em ninguém.

Foi um tempo longo, eu confesso, Lena era livre, leve em sua embriaguez de drama, melancolia e tristeza. Até acho que ela anda por perto, querendo fazer uma visita.

E no auge da minha insensatez eu só vejo uma saída para não cometer a loucura de entrar no vale das sombras: viver em meu mundo perdido, fazer alguma atividade que me acalme e principalmente, não deixar que a tristeza me domine.

Se máscaras aparecem, eu talvez as vista. Eu talvez encene um sorriso nô e feche as portas dos olhos, para que não haja tradutores intrometidos.

Espero logo encontrar as chaves do meu reino e com isso minha sanidade.

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