Não havia muito que falar e eu estava profundamente tímida com
a situação. Era constrangedor, as palavras sumiam e tudo que eu podia fazer era
olhar em seus olhos e dar um leve sorriso, procurando me desculpar ao meu tempo
mostrar que estava feliz em encontrá-lo.
Acho que ele entendeu, porque sorriu de volta e me conduziu
até o carro. Pelas minhas contas era outono, as pessoas caminhavam com
camisetas leves e jeans, mas eu estava com frio. Todos olhavam minha jaqueta
com incredulidade, como se eu fosse doente, mas na minha concepção o vento já
era considerado de inverno. Vi que isso o divertia, então permiti que ele risse
de mim a vontade, eu só não queria passar frio.
Pegamos um táxi e os lugares foram sendo-me apresentados.
Parecia-me uma cidade pacata, e eu não conseguia me decidir que gostava ou não daquilo.
Mas tinha que admitir que era um lugar muito bonito.
Venha, é aqui,ele disse enquanto abria a porta para mim. Desci
do carro e olhei para o prédio que se estendia a minha frente e acima de mim.
Nada mal. Havia uma grande praça uma quadra a frente, onde as enormes árvores
com folhas amarelas davam um encantamento especial ao bairro.
Assim que peguei minha chave com a recepcionista, agradeci a
ele por todo o trabalho e transtorno que tinha causado. As desculpas serão
aceitas se você vier jantar comigo hoje a noite. Venho te buscar as sete.
Fiquei parada, sem saber o que responder. Ele deu novamente
aquele sorriso de divertimento e saiu. Tentei processar a informação enquanto
subia as escadas e abria a porta do quarto. Olhei no relógio. Quatro e meia. Eu
ainda tinha tempo.
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