Nossos olhares se cruzaram no meio daquela multidão. Destino? Não...eu chamo isso de azar.
Azar dos grandes, porque eu estava sozinha, sem o celular na mão ou qualquer outro tipo de pretexto para fingir que não o vi.
Fazer o quê? Tive que dar olá, sorrir e perguntar como a vida estava indo. E não consegui evitar de sentir seu perfume quando ele se aproximou para me cumprimentar. Droga.
Já estava pronta para dar tchau, ele me chama para tomarmos um café. Me pegou desprevenida, eu não teria como arranjar uma desculpa em três segundos e ir embora. Aceitei.
E não sei o que me deu, mas resolvi que iria me sentir à vontade perto dele novamente, como se tudo estivesse bem. E tudo estava bem! Porque não estaria? pensei. Sorri com mais confiança e prossegui na conversa.
Quando olhei no relógio vi que já tinha se passado muito tempo e não poderia mais ficar. Tentei dizer que já estava tarde, precisaria ir, mas ele não deixou. Exibia um ar de quem ficaria muito magoado se eu fosse assim, sem mais nem menos.
Não sei quanto tempo se passou, mas percebi que já estava escuro lá fora. Olhei ao meu redor pela primeira vez. Eu estava em uma casa. Comecei a procurar por alguém que pudesse me dizer o que estava havendo, mas tudo que encontrei fora ele na cozinha, fazendo o que me parecia ser espaguete.
Olhei para o que me pareceu ser uma eternidade o reflexo do espelho da sala. Já não éramos a mesma pessoa, mas dentro de mim o sentimento não mudara. E perceber isso foi ao mesmo tempo algo drástico, mas também lento.
Demorei uns minutos para decidir o que iria fazer, até que olhei os retratos que estavam ao lado da televisão e descobri. Ele era livre agora. E eu sempre fora. Ora, porque não?!
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