quarta-feira, 3 de abril de 2013

Banco

Coloquei a cabeça no travesseiro ainda me sentindo muito confusa. Fechei os olhos e respirei longamente por alguns minutos considerando a possibilidade de eu estar realmente louca e ter visto coisas.

Não,uma vozinha disse no fundo de minha mente, você não está mais louca do que já é...você realmente viu o que achou que estava vendo.

É engraçado como as situações gostam de brincar com a nossa sanidade. Eu estava parada numa fila de banco e de repente ele estava ali, na fila ao lado. Olhei rápido, mal acreditando e desviei para me recuperar do susto. Olhei novamente, disfarçando e bem devagarinho para confirmar se ele estava ali ou se eu estava precisando de óculos.

Não. Minhas vistas não me enganaram. Era ele ali, do mesmo jeito que eu o vira pela última vez.

Bom,''do mesmo jeito'' talvez não seja a melhor definição...a barba estava crescida e ele estava um pouco mais arrumado do que era antes. As feições continuavam as mesmas, o jeito de falar e as manias. Parecia que eu estava voltando dez anos atrás.

E quando ele estava saindo pois já tinha sido atendido, nossos olhares se cruzaram. Senti uma descarga elétrica sendo descarregada no meu corpo. Aqueles breves segundos foram equivalentes a horas de conversa e simplesmente não tenho como expressá-las.

Talvez eu o encontre mais daqui algum tempo, mas confesso que daquele dia em diante, sempre entro num banco com uma certa esperancinha.

Um comentário:

  1. Que saudade de ver seus escritos, Mimoca (que não tem nada de minhoca, embora rime)...
    Imaginei toda a cena, e quase pude sentir as sensações do momento!

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