Coloquei a cabeça no travesseiro ainda me sentindo muito confusa. Fechei os olhos e respirei longamente por alguns minutos considerando a possibilidade de eu estar realmente louca e ter visto coisas.
Não,uma vozinha disse no fundo de minha mente, você não está mais louca do que já é...você realmente viu o que achou que estava vendo.
É engraçado como as situações gostam de brincar com a nossa sanidade. Eu estava parada numa fila de banco e de repente ele estava ali, na fila ao lado. Olhei rápido, mal acreditando e desviei para me recuperar do susto. Olhei novamente, disfarçando e bem devagarinho para confirmar se ele estava ali ou se eu estava precisando de óculos.
Não. Minhas vistas não me enganaram. Era ele ali, do mesmo jeito que eu o vira pela última vez.
Bom,''do mesmo jeito'' talvez não seja a melhor definição...a barba estava crescida e ele estava um pouco mais arrumado do que era antes. As feições continuavam as mesmas, o jeito de falar e as manias. Parecia que eu estava voltando dez anos atrás.
E quando ele estava saindo pois já tinha sido atendido, nossos olhares se cruzaram. Senti uma descarga elétrica sendo descarregada no meu corpo. Aqueles breves segundos foram equivalentes a horas de conversa e simplesmente não tenho como expressá-las.
Talvez eu o encontre mais daqui algum tempo, mas confesso que daquele dia em diante, sempre entro num banco com uma certa esperancinha.
Que saudade de ver seus escritos, Mimoca (que não tem nada de minhoca, embora rime)...
ResponderExcluirImaginei toda a cena, e quase pude sentir as sensações do momento!