Às vezes eu paro um pouco mais na frente do espelho do que de costume. Encaro aqueles olhos que me fixam com certa curiosidade e receio. Será que eu mudei tanto ao ponto de não me reconhecer mais?
Lembro-me dos dias que eu era apenas uma criança apaixonada pela vida e que mesmo com tantos problemas conseguiu seguir em frente. Agora uma jovem pensa tanta vezes antes de fazer uma besteira, um impulso que pode custar mais caro do que posso pagar. Covardia. Sou uma covarde em permitir-me certos caprichos que apenas me destroem.
Foram tantas ilusões rasgadas, tantos momentos apagados. Hoje acho que já não consigo me lembrar de nada, mas não consigo escapar dos meus próprios sonhos. Ou seriam pesadelos?
A teimosia insiste em me dizer que poderíamos ter sido, mas não...nunca seríamos. Não adianta. Já está tudo muito bem enterrado e não estou disposta a ir até a lápide e chorar as lágrimas que não irão me trazem aquele tempo de volta.
Estou seguindo pela minha estrada, mesmo que ela seja um pouco tortuosa. Um dia sei que haverá paisagens bonitas e esse reflexo será apenas um fantasma.
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